Sobre perder-se e reencontrar-se

Desde que nascemos, vamos construindo nossa identidade.

É uma grande caixa de referências e gostos onde vamos acrescentando tudo o que vivemos, o que aprendemos e o que nos faz feliz.

Tem um corte de cabelo, uma brincadeira preferida, o sabor do Nescau da mamadeira (na minha humilde opinião, nunca mais na vida eu tomei um Nescau tão bom quanto o que minha mãe me dava na mamadeira), uma música, filme, beijo, experiência....

É uma infinidade de "coisas" que vão nos moldando e construindo quem somos agora.
Uma infinidade de pequenezas que nos fazem ser do bem, do mal, do meio termo, da praia, da chuva, da fazenda ou até de uma casinha de sapê. Verdade!

Mas e quando a gente esquece quem é e vai levando a vida no automático? Quando coloca aquela marcha lenta/rápida/amilporhora, e segue em frente sem viver de fato tudo o que acontece a sua volta?

Como faz para retroceder? Para se encontrar novamente? Para redescobrir o que de fato te faz acordar com brilho no "zói", com sorriso no rosto e leveza na alma?

Tem como?

Acredito que se reconectar com sua essência é um processo lento,sim, mas que pode ser bem bacana.
De se conhecer e reconhecer. De percorrer caminhos já antes vistos - mas os ver com outros olhos.

Olhos mais maduros, menos inseguros e mais certos do que de fato é importante e faz diferença nas nossas vidas.

E isso pode acontecer com uma ida a praia, um dia inteiro vendo filmes preferidos, ou até dançando, com o volume no "talo", músicas que você gostava e que te façam voltar ao tempo. Aquele tempo que você achava ser mais bonito, mais incrível e mais feliz.

Assim você se reconecta. Se vê como antes, mas com as experiências e bagagens que a vida de presenteou. E se prepara pra viver o presente, abrindo o laço, cortando a fita, e mergulhando no hoje, agora e sempre.

Pra voltar a, quem sabe, ser um você mais feliz.